©Loren McIntyre

Dedicou grande parte da sua vida à produção de um dos maiores acervos audiovisuais existentes sobre os povos indígenas brasileiros. Nasceu em 1919, em Niterói-RJ, filho de uma brasileira e de um barão alemão. Viveu entre o Brasil e a Alemanha e sobreviveu a um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Com o fim da guerra, Jesco trabalhou como fotógrafo oficial do governo da Bavária, documentando os campos de deslocados de guerra para as Nações Unidas e o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg. Em 1947, retornou com sua família ao Brasil, decidido a realizar um sonho de infância: viver entre os índios brasileiros. Já com certa experiência em fotografia documental, nos anos de 1960 Puttkamer iniciou suas visitas às aldeias indígenas, acompanhando durante oito anos os irmãos Villas Bôas como fotógrafo em suas expedições ao Xingu, o que lhe rendeu diversos filmes de “primeiros contatos” para a BBC de Londres, bem como artigos para a National Geographic e outras publicações internacionais.

Seu entusiasmo por povos intocados o levou a participar das frentes de atração dos índios Txukahamãe, Txicão, Suruí, Cinta-Larga, Marúbu, Kámpa, Kaxináwa, Waimiri-Atroarí, Yanomami, Hixkaryana, Uru-eu-wau-wau, entre outros.

Produzido ao longo de 40 anos, Jesco von Puttkamer deixou um enorme acervo de 130 mil fotografias, sobre 60 comunidades indígenas diferentes. Além disso, há cerca de 80 horas de sons gravados, 8 filmes montados e mais de 180 diários de campos.

Publicou em vida o livro Cunhatãs e curumins (Ed. UCG, 1986), com cerca de 200 retratos em preto e branco de crianças Suyá, Karajá, Kamayurá e Suruí Paiter, entre outras, com descirções de seus adornos e artefatos e relatos de mitologias referentes à infância indígena. A Editora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás publicou dois livros do acervo de Jesco após seu falecimento: em 2000, com o apoio da Fundação Assis Chateaubriand, foi lançado Brasília sob o olhar de Jesco, com centenas de fotos que mostram desde o espaço geográfico, os criadores e construtores da cidade, até sua inauguração e em 2005 Os últimos dias do Éden, editado em parceria com a Terra Virgem Edições.

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